"A maior das viagens começa com um simples passo..."
- João P. Cliché in "Memórias de mis frases-feitas"

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Straightener (assim com um sotaque bem inglês)

Ultimamente tenho me debatido com um grande dilema. Levar ou não levar o meu straightener para o interrail? Eis a questão.
- Mas aquilo é para a descontracção, não vou sequer lembrar-me de esticar a franja.
Claro, claro. Que estúpida! Como é que estive quase a ponto de me render a tal futilidade?
- No interrail vamos tirar tantas fotos e depois não vou poder imprimir nenhuma delas porque vou sair feia em todas.
Oh, o straightener também não pesa assim tanto! Qual é o problema de levar? Acho que devia mesmo faze-lo por compaixão para com o meu companheiro de viagem já que o dito instrumento irá poupa-lo de largas horas de crises existências “aihh sou tão feia!! Nunca mais saio em fotos, aih!”.

Outro dia estive a segundos de ir pesa-lo, na balança super sensível do meu pai, para ver quantas gramas tem o dito instrumento.
- Se não for tão pesado não tem mal levar.
Mas desisti.
Depois lembrei-me de quanto me custou o tal straightener.
Caro, muito caro.
- E se depois o perco ou estrago, ou pior (!!) descobrem que eu tenho esse utensílio valioso e tentam roubar-mo?
Morria.

Enquanto pensava nisto lembrei-me de todas as outras coisas que não caberão na minha mochila de 70 lafões.

Brincos e colares? Ficam. (oh, se não levar o straightener tenho espaço para levar uns brinquinhos!)
Almofada e lençol? (ah.. a minha querida almofada...) Ficam.
Mas fica também aquele top muita giro que iria arrasar na noite de Amesterdão mas que, infelizmente, precisaria ser passado a ferro antes de ser usado.. (ah, mas se levasse o straightener talvez desse para usar como ferro... e, sim, eu já fiz isso algumas vezes)
Fica também o creme para caracóis perfeitos e.. (ah, mas com o straightener não preciso de caracóis! Já tenho a franja perfeita e isso basta!)

Cheguei à conclusão que nenhuma das outras coisas importa. Tudo o que quero saber é: Levo ou não levo o meu (querido, adorado, ai vou ter tantas saudades tuas, és tão bonito e tecnológico, já te disse que és o meu melhor amigo?) straightener?


* P.S 1 – Este post foi sugerido pela i.
* P.S 2 - Para quem não sabe, straightener é aquele ferrinho para esticar o cabelo!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Adeus.

Ontem disseram na televisão:
- Não perca, na próxima semana, a estreia de mais uma série de amor-lamechas, na Sic Mulher!
- Claro que não! Obvio que não vou perder! – disse eu para a televisão (enquanto batia palminhas de felicidade!)

Mas, de repente, dei-me conta que não iria poder ver a estreia.
Drama, drama, drama.
Nem a estreia, nem a primeira temporada da nova série. Que depois, quando voltasse, já estaria desfasada, não conheceria os personagens e iria sentir-me totalmente posta de parte no mundo das séries lamechas! Percebi que quando alguém fizesse uma citação num post não iria mais poder pensar. “Ah, isso foi dito pela personagem principal da série lamechas X, no episódio em que ela e ele têm uma crise conjugal por causa do Y”.

- Vais já na terça, que sorte!!
- Pois...
Mas e todos os programas que vou perder na televisão? Espera! E as repetições do Project Runway? Adoro-te, vou ter saudades, volta logo, já estou arrependida de não te ter visto do domingo passado. Quando eu chegar será que poderemos voltar a encontrar-nos? (E eu que nem vi a colecção vencedora do Christian...)
E então agora, durante as férias, para azar do meu companheiro de viagem, terei de dissertar sobre os ensinamentos do Amor no Alaska, para ver se me sinto um pouco melhor por ter abandonado a minha série lemechas de estimação.
E o Oliver? Coitado. Aposto que ele vai sentir a falta dos meus suspiros sempre que ele trata as pessoas por “darling”.

Mais ou menos assim, oh Silva e Almeida...


terça-feira, 29 de julho de 2008

Kebab

O meu irmão chegou ontem de interrail. Estávamos na nossa típica conversa de “contar aventuras”, (por estranho que pareça, desta vez ele contava e eu ouvia) quando lhe pergunto como ele fez para comer.
- Comer? Que nada! Nem comi.
- Como assim não comeu?
- Ah eu comia comida de mochileiro.
- Sério? O que é?
- Gyrus.
- Gyrus?
- É.. aquela carne nojenta que fica rodando.
- Kebab?
- Ah, não sei, o pessoal chamava de Gyrus.
Deixando de lado o facto de ter descoberto um novo nome para o Kebab (que até então só conhecia como Pita, Kebab, ou como chamava a Inês, Turquish Pizza), pus-me a pensar nesta mecânica do Kebab.
Quando alguém chegava a Turim, uma das primeiras coisas que eu fazia era leva-las ao Kebab: “É a comida típica de Turim”, dizia eu num tom sério. As pessoas comiam e adoravam.
Depois de voltar para Portugal, foram inúmeras as vezes em que surgiu a típica conversa:
- E a comida lá era boa? Muita massa e pizza?
- Ná. O melhor de Turim era o Kebab
- Não, não não! Tas a brincar? O melhor Kebab é o da Holanda.
E a mesma conversa repetiu-se, vezes e vezes sem conta, sendo que a única palavra que se alterava era o país. Afinal o melhor Kebab existia em Turim, em Haia, em Praga, em Paris, em Berlim, em Istambul, em Helsínquia.... E eu conclui.
Kebab é comida de Erasmus.
Mas agora deitaram-me a teoria por terra. Descobri que Kebab (ou Gyrus) é também comida de Interrailer. Então que venham os Kebabs. Só espero que não me custem, outra vez, mais sete quilos.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Selk

Para toda a gente que entrou na conversa dos sacos-cama:


NAO QUERO SACO CAMA DE CASAL PARA NADA!!!!!!!!!
woohoo! Iglo-style!!!

As merecidas férias

Sabemos que estamos mesmo a precisar de férias quando:

- Sabemos de cor o dia da semana que a nossa chefe vai jantar a casa dos pais.
(E perguntamos no dia seguinte: “Então? O teu pai está melhor do joelho?”)
- Temos uma teoria completa (com argumento, contra-argumento, case study e conclusão) sobre quando é que a jornalista ao nosso lado traz calças e quanto prefere optar por saias.
- A nossa chefe faz o seguinte comentário: “Muito giro esse teu colar, ficava era bem com o top que trazias na quarta feira da semana passada”.
- Sonhamos com a mesinha de cabeceira do nosso editor (que tem uma tábua ao contrario por enganou-se a montar!)
- Sabemos que à terça feira aquela jornalista nunca bebe café depois do almoço (porque é o dia que bebe de manhã e para ela mais do que um café por dia faz mal).
- Passa-se qualquer coisa lá fora e a outra jornalista diz: “Marina, pega-me ai ao colo que eu não consigo ver”.
- O assessor de imprensa liga e diz: “não liguei antes porque já sei que à uma e meia vai almoçar”.
- Sabemos a hora a que as empregadas limpam a casa de banho e aguentamos o chichi até essa hora para podermos ir a uma casa de banho “acabadinha de limpar”.
(E contamos isso aos nossos colegas de trabalho que também deliram com a novidade)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cárpatos


Quem disse que a Transylvania é tenebrosa?

Rehab

Tenho um problema.

Já me tinham falado disto e ainda não se despoletou a 100% em mim mas dizem que está perto.
Um dia, debaixo de umas cervejas vespertinas, Miguel Costa disse-me: "o Problema com o Interrail é que vais ficar viciado em viajar..."

Ele ficou: http://rumoabuenosaires.blogspot.com/

Começo a sentir que isso se aproxima. Este último têm sido bastante activo em termos de deslocações e viagens. A verdade é que já tenho o bichinho cá dentro mas ainda não cresceu totalmente. E o problema vai ser quando crescer porque tenho muito para ver e pouco dinheiro para o fazer...

As minhas intenções:


Verão 2008 - Interrail
Páscoa 2009 - Irlanda e Escócia
(vou tar lá tão perto hehe)
Verão 2009 - SudAméricaRail
(Argentina, Chile, Bolívia e Peru.)
Verão 2010 - Expresso do Oriente 3- Month Pass
(Cazaquistão, Índia, Nepal, Vietnam e China)
E já começaram as preparações. Depois deste vício todo é Rehab com ele =)

A saga do saco de cama

Ontem descobri várias coisas que melhoraram (exponencialmente) a minha existência e tornaram a minha percepção do mundo muito, mas muito mais clara.
Estava eu à caça de um saco de cama ideal para os meus 25 dias de viagem, quando o senhor da loja vem perguntar-me se precisava de ajuda.
- Claro que sim, obrigado.
Não foi preciso dizer mais nada, já que ele começou logo a ajudar:
- O que eu lhe aconselho é este saco de cama aqui, porque é muito mais aconchegante e confortável.
Apesar de eu não saber fazer aqueles truques de mexer partes do corpo separadamente, senti que naquele momento houve um certo movimento de elevação da minha sobrancelha direita.
- Mas o que eu queria era um saco de cama quente e leve...
- Este é, e ainda tem mais uma vantagem.
Lá vem bomba.
- Imagine que compra este saco de cama, que como pode ver diz aqui “esquerdo”. Depois fala com o seu namorado ou companheiro ou amigo.. Quer dizer, suponho que tenha um, não é?
Leve acenar da cabeça e, desta vez, elevação das duas sobrancelhas e franzir da testa.
- Óptimo, então fala com ele e diz-lhe para comprar o que diz “direito”. Assim dá para juntar os dois sacos de cama e fazer quase uma cama de casal!
Devido ao meu silêncio assustado ele acrescentou:
- Eu e a minha namorada temos e garanto-lhe que assim tudo fica mais quentinho!
Um Hahahah e uma palmadinha no ombro.
Eu tinha certeza que não tinha acabado... eu sabia que estava para vir uma conclusão.
- Assim pode dormir ao relento e, mesmo assim, ter uma noite mais interessante!

Sob o olhar de desaprovação do senhor, preferi optar por outro saco de cama. Um realmente “leve e quente”.

E esta é a história de como o meu companheiro de viagem me vai amaldiçoar durante todo o interrail por não ter comprado o dito saco de cama que, alegadamente, nos poderia proporcionar noites mais "interessantes”.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

As Luvas e o Cantil

Hoje um amigo nosso partiu de interrail.
- Sem saco de cama, nem cantil – salientou o meu companheiro de viagem.
É interessante este mecanismo. Quanto mais se planeia uma viagem, mais se liga às ditas “mariquices”. Os talheres desdobráveis e o diário de bordo. O programa para descarregar as fotos e o canivete suíço.
Pergunto-me, frequentemente, se isso tudo será assim tão importante. E lembro-me sempre da história do único casamento a que fui.
O sonho da minha tia era casar de luvas. (há sonhos para tudo)
Eu era a dama de honor e, logicamente, também tive de “desfilar” com o acessório:
- É para combinar, Marina. Não lhe vais fazer essa desfeita.
Passei o dia todo do casamento a esfregar as ditas luvas (que me picavam) e a almadiçoa-las secretamente (não combinavam muito bem com o meu batom cor-de-rosa).
Até que a meio da cerimónia ouço alguém sussurrar no banco dos padrinhos:
- Oh não! A noiva esqueceu-se de pôr as luvas.
O casamento foi feliz e, afinal, as luvas nem eram assim tão importantes.

Agora que reli o texto achei que a necessidade de um cantil não se pode comparar à de umas luvas de casamento. Talvez, no fim das contas, este seja apenas um post para o meu companheiro de viagem ler e pensar:
- Lá está ela a divagar de novo. Aih o que eu vou ter de aturar!
E os meus amigos suspirarem:
- Uffa, safei-me de 22 dias de histórias da Marina.

terça-feira, 22 de julho de 2008

No sé!

Muita gente me pergunta: Quanto custa um interrail? A que países vais? Onde vais ficar? Que vais levar?
Resolvi, então, deixar aqui publicamente a minha resposta para evitar mais dúvidas (dudas em espanhol): N-ã-o s-e-i!
Não sei (no sé, em espanhol) porque ainda sou virgem nessas coisas. Mas, acima de tudo, não sei porque não quero saber! E é esse mesmo o espírito.
Uma mochila às costas e a Europa como destino.
Hoje mesmo discutia o facto de “toda a gente adorar opinar”
- Se fores à Croácia não percas tempo em ir a Zagreb (risca Zagreb da lista).
- Se fores à Grécia, Atenas é imperdível (põe Atenas na lista).
- Se não fores a Zagreb ficas sem conhecer a verdadeira Croácia (volta a pôr Zagreb na lista).
- Em Amsterdão fica no Flying Pig (marca o hostel)
- Ja fiquei no Flying Pig, mas o melhor é o Bulldog (desmarca)
- O que? Atenas? Isso é horrível. (!!!!!!!)
A verdade é que, como diz o meu companheiro de viagem (viaje em espanhol – El viaje, porque as palavras terminadas em “aje” são masculinas!):
- Se quisesse saber o que tu achas ter-te-ia convidado para vires comigo!
Isto tudo para concluir que:
Quando voltar vou estar sempre a opinar sobre o interrail dos outros (só para os irritar como fizeram comigo).
E, sim, tenho teste de espanhol amanhã (mañana en español).

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Marijuana e essas coisas...

Hoje a minha chefe perguntou-me:
- Sempre vais fazer interrail em Agosto?
- Sim!
(com sorriso derretido)
- Vais a que pais?
- Ah.. vou a muitos.
Segue-se a lista e a razão da lista. Os países, as capitais e as atracções turísticas.
- Ouvi dizer que nesses países há muita droga.
- Pois...

E a minha cabeça começou, automaticamente, a viajar num mar de possíveis entrelinhas. Numa fracção de segundos surgiu uma lista hierarquica numerada e ponderada de hipoteses:
- Deixa-te de drogas, puto.
- Manda-me uma “encomenda”.
- Olha que isso não é permitido na Media Capital.
- Quem me dera.
- Eu sei que há, porque já experimentei, mas não posso dizer isso porque sou tua chefe.

Mas, felizmente, ela esclareceu-me em tom de sussurro:
- Há marijuana e essas coisas. Isso depois dá chatices
E a entrelinha dizia:
- Se vais presa e não voltas, quem vamos explorar?

Dia 5



Dia cinco de Agosto começo o interrail.

Programação: Casa - Paris - Amsterdam - Berlin - Krakow - Praga - Vienna - Bratislava - Budapest - Transylvania - Bucharest - Zagreb - Ljubljana - Milano - Lyon - Casa...

Tradução: Casa - Croissant - Erva - Cerveja - Loiras - Arquitectura - Ópera - Castelos - Teatro - Drácula - Ciganos - Festas - Canais - Moda (?) hahaha - Descanso Merecido e Laetitia de Certeza - Casa

Tá quase...